Diário de Viagem, dia 8: O Primeiro Trem, Jaipur e mais Holi

Estação de trem de Sarai Rohilla , 6:20 da manhã, um frio agradável e um trem que pensávamos que era o nosso. Ao ver a nossa cara de interrogação, um turista nos diz: “olhe a folha para encontrar o seu nome”. Era simples assim: cada vagão tinha uma lista com o nome dos passageiros e seus assentos ou camas, que felizmente eram os mesmos da nossa passagem em mãos.

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Esperamos o embarque ser liberado e entramos. A 2AC (2 classe com ar condicionado) tinha espaço para 4 pessoas sentadas e uma casa em cima de cada assento. Para ficar mais simples, olhe a foto abaixo. O Átila na cama de cima e havia um senhor sentado embaixo. Eu, tirando a foto em cima e tinha uma senhorinha em baixo também.

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O ar condicionado funcionava bem, tinha tomada, cobertor – com alguns fios de cabelo extra e uma “cama”. Antes de que o trem começasse a andar, eu já estava dormindo e felizmente acordei às 11am, 4 horas e meia depois e a 30 minutos de chegar em Jaipur. Aproveitei para escrever um pouco, conversar com os meninos (O Léo, nosso amigo e o Átila) e conhecer o casal holandês que estava no assento em baixo da nossa cama.

Notamos que chegamos em Jaipur pelo número de pessoas saindo e pelo tamanho da estação. Descemos do trem, subimos uma escadaria, descemos outra, e lá estávamos nós, no meio do estacionamento da estação. A intenção era pegar um táxi pré-pago, mas não encontrávamos o guichê, então decidimos pegar um auto-rickshaw, já que ele nos cobrou 100 rúpias para nos levar até o hotel.

Sãos e salvos no Jai Niwas, nosso hotel durante os dias em Jaipur, tomamos um banho e almoçamos no restaurante vegetariano do hotel. Provamos o Vegetable Korma, um mix de vegetais com molho de queijo cottage e tomate apimentadinho, e o Gobbhi-matar, que era couve-flor e pêras com um molho delicioso e arroz com ovo para acompanhar. Ser vegetariano na Índia é beeem gostoso com essa quantidade de molhos que eles têm, eu adoro!

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O Átila ficou trabalhando (infelizmente) e eu e o Léo fomos dar uma volta. Saímos do hotel e entramos na principal rua da cidade, um caos sem tamanho, um calor infernal. Pensei em voltar, mas decidimos pegar um táxi pro New Gate, a porta de entrada para um dos tantos bazares da cidade. Quando entramos pelo portão, vimos a famosa “pink city”- como Jaipur é conhecida – diante de nós.

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Descemos e começamos a passear pelos bazares, que são várias lojas organizadas, como se fosse uma galeria, o que aliviou o calor. Andamos por duas horas e meia por essa região, é a impressão que tínhamos era de que estávamos vendo a Índia real, o cotidiano dos locais. Crianças saindo da escola e brincando com a gente a cada esquina, pulando em volta da gente, rindo, perguntando o nosso nome e pedindo fotos, como esses meninos cheios de personalidade.

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Paramos em uma loja e conversamos com um indiano que morou em Hong Kong, Barcelona e Nova York, interessantíssimo. Sorrimos e interagimos com muitos dos vendedores, motoristas, mulheres, crianças…enfim, as pessoas aqui são diferentes de Nova Delhi, elas interagem, têm menos pressa e estão mais abertas. Pelo menos essa foi a minha experiência.

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Quando estávamos pensando em ir embora, escutamos uma música e olhamos pro lado. Vimos uma vila e muitas mulheres e decidimos chegar perto, ver o que era. Uma menina vestida normal veio em nossa direção e nos convidou para entrar e dançar com elas. Relutei com vergonha, pela situação nova, mas logo me joguei um pouco.

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Dançamos juntas, rimos, elas tocaram o meu rosto com pós coloridos e foi aí que eu perguntei o que era tudo aquilo. A menina mais nova, que nos convidou e falava inglês, disse que era o Holi celebrado para Krishna, uma festa onde só as mulheres participam. Ficamos ali, observando, sorrindo, dançando por algum tempo e nos sentindo privilegiados demais por presenciar tudo aquilo. Fomos embora com um sorriso no rosto e aquela sensação de que a Índia sempre tem algo para te oferecer, todos os dias.

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Chegamos no hotel, tomamos um banho e buscamos o Átila, era aniversário dele. O hotel pediu um táxi e nos sugeriu o The Peacock, um restaurante em um rooftop bem legal, com um ambiente ótimo, muitos estrangeiros, música, luz baixa…e vista para a cidade. Foi nele que comi carne vermelha pela primeira vez na Índia, pedi carne de cordeiro com molho branco e arroz com espinafre. Uma loucura de bom!

E assim fechamos com chave de ouro um dia intenso, mas maravilhoso em Jaipur.

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