Torres del Paine: a minha experiência no Trekking W

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Montanhas a perder de vista, lagos de cor esmeralda e uma fauna e flora particular. Torres del Paine, localizado na Patagônia chilena, é uma overdose para que gosta de natureza e aventura. A primeira vez que eu pisei no Parque Nacional de Torres del Paine foi em 2013, também a minha primeira vez na Patagônia. Foi amor a primeira vista! Saí de lá comentando com todos que tinha encontrado o meu lugar no mundo. Esse primeiro contato, que durou apenas três dias, foi o suficiente para que eu começasse a organizar a minha próxima ida. Em 2014 eu planejei, mas não deu certo, portanto tive que adaptar os planos para o ano seguinte. Em março de 2015 embarquei em uma viagem de norte a sul do Chile, e Torres del Paine era o principal destino da viagem.

Em 2013 fiquei hospedado no Tierra Patagônia Hotel & SPA, localizado próximo da entrada Laguna Amarga. Mas dessa vez, diferente do conforto da viagem anterior, eu queria mais. Eu queria me infiltrar nas montanhas, passar o dia andando com o meu mochilão nas costas, tomar água do degelo, dormir nos refúgios e encontrar com outros viajantes no caminho. Para isso, existe o Trekking W, um circuito elaborado pela administração de Torres del Paine, onde é possível viver dias caminhando entre as montanhas.

Trekking W

O Trekking W é um circuito de 5 dias e 4 noites, onde caminhamos 71km no total. O nome W é pelo fato de que a trilha, que rodeia o Maciço Paine, forma a letra perfeita pela união dos pontos do parque nacional, que são: Base Torres del Paine, Vale do Francês e Glaciar Grey.

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A Fantástico Sur é a agência responsável pela logística dos que preferem não ir por conta própria. Existem três programas, e o valor varia conforme a escolha. Há a opção sem guia e sem refeições incluídas, sem guia e com as refeições incluídas e com guia e com as refeições incluídas. Fiz a sem guia e com as refeições incluídas, e foi a melhor escolha. Já tinha lido bastante sobre o parque nacional, e queria fazer a trilha conforme o meu tempo.

O dia a dia do trekking envolve muito esforço, são horas de caminhada subindo e descendo as montanhas, debaixo de chuva, neve, ventanias e por alguns momentos, sol forte. Acordávamos todos os dias muito cedo, organizávamos os equimamentos e tomávamos um café da manhã reforçado para seguir viagem. A cada hora o esforço era recompensado de diferentes formas, a paisagem de Torres del Paine é única. As cores, os cheiros e a sensação de estar alí eram o que nos movia. Todos os dias, ao cumprir a meta chegando no refúgio, era só alegria! Brindes, conversas e uma troca de experiências que dá saudade.

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Foto: Nina Briskorn
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Foto: Nina Briskorn

No último dia da viagem era o meu aniversário. Acordei antes das 6h para ver o sol nascer, fiz umas fotos e depois fui tomar café da manhã com os meus companheiros de trilha. Fizemos o último trecho do W, e os sentimentos que vinham a tona eram de felicidade, de glória, de calmaria e gratidão. Muita gratidão! Eu estava fazendo uma das coisas que mais tinha vontade de fazer na vida, e sem dúvidas aquele momento eternizou a chegada dos meus 29 anos.

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Foto: Nina Briskorn
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Foto: Nina Briskorn

No fim do dia, ao entrar no barco que nos levaria do refúgio a uma das saídas do parque, eu já estava nostálgico. Eram muitos sentimentos bons acontecendo no mesmo dia, e dar adeus aquele lugar não foi fácil. Tinha acordado com 29 anos, tinha acabado de fazer algo que estava no topo da minha lista de experiências no mundo. Foram 71 km andando entre as montanhas, conhecendo pessoas de toda parte do mundo, fazendo novos amigos, compartilhando algumas garrafas de vinho todas as noites para esquecer a dor dos sete calos nos pés e dormir melhor, e o melhor: estar dentro da natureza que eu queria.

Entrei no ônibus, encostei a cabeça na janela e só agradeci. Agradeci por estar vivo e por ter a oportunidade de viver momentos como esse. Ao olhar para a janela para dar o último adeus, as Torres, que tinham se escondido por quase todo o percurso, apareceram entre as curvas que o ônibus fazia. Foi pra fechar com chave de ouro, foi um volte logo bonito. E eu voltarei, muitas vezes.

Embarcamos nessa viagem para realizar o desejo de cumprir o Trekking W. Saímos em busca da necessidade que tínhamos em conhecer um certo lugar. O sonhar e o realizar só depende da gente! Em Torres del Paine, ainda no primeiro dia, além do Daniel Thompson (amigo que fez a viagem comigo), conheci o argentino Emiliano Suarez, a alemã Nina Briskorn, o italiano Tiziano Masutti e chileno Cristóbal Rivera, pessoas incríveis que tive a sorte de conhecer e ficar amigo. Foi mais fácil com a ajuda de cada um deles! Valeu, TEAM!

Faria tudo de novo? Mil vezes!

Obrigado, Torres del Paine.

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