Diário de viagem, dia 3: Taj Mahal

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Ontem, depois de pesquisar as formas de chegar até Agra para ver o Taj Mahal, decidimos ir de carro, com um motorista. Ele chegou às 6:30 da matina, não era dos mais simpáticos, mas contratamos o serviço apenas para ele nos levar até lá. Dormi no colo do Átila até às 9:30 da manhã e quando acordei, ele estava assustado com tudo o que tinha visto na estrada: brigas, homens tomando banho em plena estrada, caminhões com tantos homens dentro que pareciam manadas, e muito, mas muito barulho. Fiquei observando a estrada um tempo e o motorista parou para que tomássemos algo de café, mas não tinha café da manhã no restaurante! haha Acabamos comendo roti, uma espécie de pão sem fermento, na chapa e com alguns temperos deliciosos!

Entramos no carro e ele disse que teria que parar para pagar algo. Nos assustamos porque o lugar parecia um estacionamento de caminhões e ficamos esperando no carro. Do nada, um moleque com um macaco surgiu do nosso lado, batendo agressivamente na janela e pedindo dinheiro porque tinha visto a GoPro do Átila. Travamos todas as portas, já que comerciantes começaram a surgir pedindo dinheiro, tentando pressionar a gente a pagar por uma foto com um macaco, uma guia da Índia…enfim, me senti em uma cena de The Walking Dead (o Átila disse que pode parecer dramático demais, mas foi bem isso mesmo), não podia sair do carro porque estava cercada de pessoas que não sabíamos do que seriam capazes e me agoniava ficar dentro, mas não podia sair. Finalmente o motorista chegou e arrancamos com o carro, já eram 10:30 da manhã. Foi um dos momentos mais tensos até agota.

O motorista ia buzinando durante todo o caminho, ultrapassando as motos como louco, as pessoas nos caminhões nos olhando… o típico caos. Além disso, ele discutiu com uns motoqueiros no caminho e chegando em Agra, uma moto encostou na traseira do nosso carro, mas por sorte, eles não brigaram.

Mas finalmente, depois de cinco horas bizarras de viagem, chegamos em Agra! 😀

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Quando entramos em Agra, o motorista fez uma parada para buscar o nosso guia e nem sabíamos que teríamos um! Por sorte ele falava bem inglês e era simpático. O motorista no deixou no estacionamento, o guia nos levou até uma bilheteria, onde pagamos a entrada para o Taj Mahal (750 rúpias, aprox. R$29,00). De lá, pegamos um carrinho que nos levou até o portão leste, passamos pelo raio X, mostramos as entradas e lá estávamos nós, dentro do complexo do Taj Mahal, rápido assim. Eu estava super ansiosa, mas ao mesmo tempo surpresa com a quantidade de turistas, a grande maioria eram indianos.

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O Taj é conhecido como a maior prova de amor do mundo e o guia transmitia isso a todo tempo. Para quem ainda não a conhece: o imperador mongol Shah Jahan teve três esposas e era conhecido como um grande amante no reino. Mas o seu grande amor foi a sua terceira mulher, Aryumand Banu Begam, que ele chamava carinhosamente de Mumtaz Mahal (“A jóia do palácio”). Ela morreu depois do nascimento do 14º filho deles (!!!) e Shah, Jahan, sonhou e executou a contrução do Taj Mahal sobre o seu túmulo, em sua memória.

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Entrando no portão leste, o primeiro monumento que vimos foi o Royal Gate, o portão pelo qual o Imperador Shah Jahan entrava no Taj Mahal; dele era possível ver a porta branca do edifício branco no fundo, mas ao mesmo tempo tão próximo. Tudo foi construído com uma simetria e cuidado sem igual, afinal, foram 22 anos de contrução do complexo e mais de 20 mil pessoas envolvidas.

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Cruzando o Royal Gate, dei de cara com o famoso edifício branco. Haviam muitos, mas muitos turistas na minha frente, mas foi impossível não se emocionar com algo tão grandioso, e que sinceramente, eu não esperava ver tão cedo. Me senti abençoada de ver isso com o Átila e ao mesmo tempo, a vontade era ter a minha família comigo, que todas as pessoas que eu amo tivessem a oportunidade de chegar até ali.

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Toda aquela estrutura de mármore branco, a cúpula majestosa, a simetria das mesquitas, dos pilares… foi mágico. Um daqueles momentos que você sabe que nunca mais vai esquecer. À medida que nos aproximávamos, o guia nos mostrava todos os  detalhes, desde as flores nas paredes, que são feitas de pedras preciosas, à mão, até o trabalho feito no mármore. É realmente absurdo pensar que algo assim foi construído há 450 anos atrás, esculpindo o mármore manualmente.

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O guia nos levou até a parte de trás, com vista para o rio Yamuna. Entramos nas duas mesquitas que estão ao lado do Taj, uma de cada lado, idênticas simetricamente, com tantos detalhes que seria possível ficar um dia inteiro observando e admirando.

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Depois de conhecer as mesquitas, subimos os 22 degraus para entrar no Taj Mahal. Mas não foi fácil, entramos com centenas de turistas, espremendo-nos entre as paredes e entre a gente. Os policiais faziam rondas de alguns minutos para que alguns grupos entrassem e tentavam controlar os que saiam, mas valeu a pena. Dentro do Taj estão as tumbas reais, na realidade, no piso inferior, e os turistas indianos faziam o possível e o impossível para tirar fotos e registrar aquele momento, apesar de ser proibido. O nosso guia insistiu, dizendo que poderíamos tirar fotos lá dentro e registrei rapidinho a parede do edifício.

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Ficamos aproximadamente três horas visitando todo o complexo, conversando com o guia, que queria tirar fotos super românticas nossas o tempo todo. Ele fez quase um álbum de lua de mel no Taj! Já tenho um rascunho do post depois dessa nossa experiência com as opções de como chegar e alguns conselhos. Hoje não consigo ser muito precisa, nem elaborar nada, já que aqui é quase madrugada!

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Depois da saída, fomos pro carro e o querido guia nos levou a uma loja para que nós comprássemos algumas das peças de mármore inspiradas no Taj, mesmo depois de termos dito que não nos interessava. Os vendedores tentavam empurrar a mercadoria a qualquer custo, algo que já tinhamos lido em alguns blogs e sites: não adianta, eles sempre vão te levar pra lojas depois dos tours. Depois nos levou a um restaurante, e depois do almoço, de três horas de tour e cinco horas de viagem, pedimos para voltar para Delhi, mas da forma mais rápida possível.

E foi no estacionamento, falando com o guia e o motorista que eu descobri:  a viagem de ida, que foi infernal, durou cinco horas porque ao invés de passar pela via expressa, conforme o combinado, ele deu uma volta e passamos por Mathura em pleno fim de semana de Holi. Para quem não sabe, Mathura e Viridavan são as cidades onde o Holi é celebrado da maneira mais original e ambas cidades ficam completamente lotadas! E aí ele disse que deveríamos pagar os pedágios  (500 rúpias) para chegar mais rápido se quiséssemos. Ligamos para a agência, discuti com o dono por ele vender algo e pedir mais dinheiro depois e no final pagamos as 500 rúpias, tudo pra chegar mais rápido. E aí foi completamente diferente, já que a rodovia expressa deles têm quatro pistas, nada de buzinação e vai diretinho pra Delhi, demoramos as 3 horas e meia planejadas.

Delhi já está colorida: o Holi, o famoso Festival das Cores, é amanhã e eles já começaram a festejar! Vou descansar para o dia intenso que nos espera e dormir mais tranquila depois de ter conhecido um dos lugares mais incríveis que eu já vi.

Para ver todos os posts do diário de viagem, é só clicar aqui: https://voucontigo.com.br/index.php/category/asia-2/india-2/

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