Liveaboard review: Saiba como é conhecer Guadalupe Island a bordo do Solmar V

mergulho guadalupe sisland

Liveaboard review: Saiba como é conhecer Guadalupe Island a bordo do Solmar V

Fazer um liveaboard de mergulho em Guadalupe Island é embarcar em uma expedição icônica para guardar para sempre na memória

Por Eduardo Alleoni

Todo mergulhador esteve em algum momento sentado em uma embarcação, conversando sobre os mergulhos que já fizeram ou que gostariam de fazer. Convenhamos, há muita água para pouco tempo ou dinheiro (rs) nesse universo de mergulho.

Para nós, amantes de tubarões, invariavelmente mergulhar com tubarões brancos em Guadalupe estava no topo da infindável Bucket list (que a cada mergulho, a cada conversa, aumenta um tantinho). Quando fomos convidados para conhecer a Ilha, embarcados no tradicionalíssimo Solmar V, ficamos extasiados. Nas semanas que se passaram antes da viagem, foram inúmeras trocas de mensagens e fotos nos nossos grupos, tamanha a nossa expectativa. Além disso, nos pegamos inúmeras vezes olhando ruas e cômodos da casa pensando coisas como “aqui cabe um tubarão branco“.

Clique aqui e leia no nosso Guia do Mergulho em Guadalupe Island

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O começo da nossa viagem foi em San Diego, onde aproveitamos para dar uma volta pela cidade e ficamos com uma ótima impressão. Visitamos alguns Dive shops, fomos à alguns pontos tradicionalíssimos de mergulho da região e passamos a nossa primeira noite da viagem por lá.

Fizemos nossa última refeição em terra e logo nos encontramos com nossos parceiros de mergulho e com o guia da empresa no lobby do hotel Hampton Inn. A bordo do ônibus da Solmar, fizemos nossa travessia para o México, sempre bem orientados e acompanhados pelo staff da empresa, o que tornou tudo muito fácil e divertido.

O tempo que passamos no ônibus foi ótimo, pois tivemos a oportunidade de conhecer e trocar experiências (e algumas cervejas) com os outros 20 passageiros da nossa embarcação, que viriam a dividir conosco essa experiência inesquecível.

Ao chegar em Ensenada, Baja California, o embarque foi rápido e logo começamos a nossa jornada de 20 horas rumo à Guadalupe. Logo no início da viagem, nos foram designadas as acomodações em que ficaríamos pelos próximos cinco dias. Aqui vale uma ressalva: embora confortáveis, as cabines eram compactas, o que justifica a recomendação da empresa para levar poucas roupas e pertences pessoais.

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Após instalados, fizemos uma reunião em que nos foi passado todas as regras em relação ao mergulho, como o sistema de rodízio adotado, padrões comportamentais dos tubarões e como se portar com eles, além dos procedimentos de segurança da embarcação. Após as orientações, fizemos uma simulação de evacuação da embarcação, o que nos passou ainda mais segurança em relação à viagem e à operação.

Logo após a simulação, tivemos uma ótima surpresa: o primeiro contato com o chef Tony, responsável por nossa alimentação durante a viagem. Sim, essa parte merece um capítulo a parte. Durante toda a viagem, a comida oferecida era excelente! Camarão, filet mignon, risotos, hambúrgueres, muitos e muitos lanches deliciosos, além de bebidas a vontade (durante o período em que não mergulhávamos, claro) fizeram a alegria do grupo.  

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A primeira noite embarcados, que por sinal foi nossa primeira noite em um live aboard, foi excelente! Tivemos sorte de pegar o mar bastante tranquilo, o que tornou a viagem muito agradável.

Acordamos cedo e aproveitamos para conversar com os tripulantes sobre os mergulhos do dia, além de garantir que fossemos os primeiros do grupo a cair na água. A expectativa era imensa! Teríamos uma hora inteira para curtir nosso primeiro contato com os gigantes dos mares.

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Nos primeiros quinze minutos, vivemos uma expectativa danada, com nada além daquele infinito azul ao nosso redor. Olhávamos impacientemente por todos os lados, imaginando como seria a primeira passagem, sem saber ao certo o que veríamos.

Foi quando vimos que logo abaixo de nós um tubarão branco de um pouco mais de 3 metros se aproximava graciosamente da gaiola. A primeira passagem foi incrível! Ele passou bem pertinho da gaiola, nos olhando com aqueles enormes olhos negros. Durante nossa primeira hora na gaiola tivemos a companhia outros dois tubarões, esses um pouco maiores (quatro e quatro metros e meio, aproximadamente) que, assim como durante todos os mergulhos que fizemos na viagem, passaram calmamente pela gaiola, nos olhando com a mesma curiosidade com que os olhávamos.

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Se ainda restava qualquer dúvida de que o velho Spielberg havia cometido uma enorme injustiça com eles, ela sumiu rapidamente. Afinal, a experiência que vivenciamos não condiz com as notícias das mídias que pintam tubarões como grandes monstros assassinos.

Além das duas gaiolas de superfície com capacidade para quatro mergulhadores cada, também era possível mergulhar em uma gaiola que descia até os 10 metros, por cerca de 30 minutos, o que dava uma perspectiva completamente diferente dos tubarões e também da área geral. Com a visão ampliada, era possível observar mais detalhes dos tubarões, além de perceber como haviam muito mais pela região do que era possível ver da gaiola. Chegamos a ver seis tubarões ao mesmo tempo, incluindo o maior que vimos, que tinha por volta de cinco metros e meio.

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As águas frias de Guadalupe (cerca de 20 graus) abrigam em média  220 diferentes tubarões brancos e achamos que tivemos a oportunidade de ver ao menos 25 diferentes deles. Nos chamou muito a atenção como cada um possui características que os distinguem dos demais, que vão desde padrões de manchas diferentes, até lesões, comprimento, diâmetro, o que possibilita consultar o guia e descobrir com quais deles mergulhamos. Queríamos muito ter tido a sorte de encontrar com a Deep Blue, que é o maior já catalogado, o que não aconteceu. Contudo, vimos a Lucy, que é uma fêmea enorme de 5,5 metros de comprimento e por volta de 1,5 metros de diâmetro. Simplesmente fenomenal.

Com o sistema de rotação, pudemos ficar praticamente a maior parte do dia de mergulho na água, que ia das sete da manhã até por volta das cinco da tarde. Ao todo, ficamos pelo menos 15 horas na água, durante os dois e meio em que ficamos a bordo.

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Durante o tempo de superfície, havia muitas coisas para fazer. Além de nos aquecer e repor as energias, trocávamos experiências com o excelente grupo de mergulhadores que tivemos a sorte de encontrar, aprendíamos com os guias da ilha, além de observar os tubarões de fora da água tentando pegar a isca, o que foi muito divertido! Embora coloquem iscas na água, quando os tubarões avançam sobre elas, os guias costumam puxá-las para não deixar os tubarões a pegarem… o que sinceramente não era uma tarefa difícil, visto que os tubarões dificilmente as atacaram com rapidez.  O motivo pelo qual as iscas eram recolhidas era para não alimentar os tubarões e garantir que não haja qualquer influência de nossa passagem no comportamento deles.

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Também durante o intervalo, era possível fazer uma viagem em um barco que a empresa leva para as costas da Ilha, o que fez com que nos sentíssemos em um programa sobre natureza selvagem. Além de uma formação praticamente intocada pelo homem, pois há apenas uma pequena vila de pescadores do outro lado da ilha, vimos inúmeras focas, leões e elefantes marinhos, o que ajuda a justificar a presença de tantos tubarões na região.

No fim do terceiro dia de mergulho, as gaiolas são recolhidas e começamos a jornada de volta para Ensenada. A volta fechou com chave de ouro, pois tivemos um encontro inesquecível com centenas de golfinhos que se encontravam na região de Ensenada.

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Ao escrever esse post, tivemos muitas dificuldades em encontrar palavras para descrever fielmente a riqueza que foi nossa experiência de mergulhar com os grandes tubarões brancos, aos cuidados da Solmar V. Esperamos que o post tenha instigado você a colocar essa viagem em sua bucket list. Gostaríamos de agradecer a Solmar por todo o profissionalismo e segurança, além de criar espaço para que pessoas do mundo todo possam ter a oportunidade de observar esses animais incríveis e desmistificar muito do que é dito sobre eles.

Serviço

Quem leva?

A Solmar V (solmarv.com) é uma das empresas responsáveis pelas expedições de mergulho em Guadalupe e Revillagigedo.

Quando ir?

A temporada dos tubarões brancos em Guadalupe Island vai de agosto ao mês de outubro.

Quanto custa?

O valor da expedição de cinco dias, que inclui hospedagem, alimentação e bebidas e mergulhos ilimitados, custa a partir de 3.295 dólares.

Maiores informações no site: www.solmarv.com

*O Guia do Mergulho by Vou Contigo Lifestyle viajou para Guadalupe Island a convite da Solmar V. 

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  1. Adorei o artigo, existem coisas que não tem preço, uma delas é esse passeio e tirando o medo que da quando você entra na jaula e vê de perto os grandes tubarões Brancos.

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